Exportações de calçados somaram 21 milhões de pares no bimestre

Embarques aumentaram 14,7% no primeiro bimestre do ano, em relação ao mesmo período de 2024

Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, nos primeiros dois meses do ano, as exportações do setor somaram 21 milhões de pares e US$ 174,23 milhões, altas tanto em volume (+14,7%) quanto em receita gerada (+2,7%) em relação ao mesmo período do ano passado. No recorte de fevereiro, foram embarcados 9,6 milhões de pares por US$ 85,9 milhões, altas de 18,9% e de 8,9%, respectivamente, ante o mesmo mês de 2024. 

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, explica que, além da base de comparação fraca - do ano passado -, o incremento já demonstra efeitos do câmbio, já que com o dólar mais alto em relação ao real os exportadores conseguem preços melhores sem perder a rentabilidade. “O calçado exportado no bimestre foi 10,5% mais barato do que o exportado no mesmo período do ano passado”, explica o dirigente, destacando que o preço médio do calçado verde-amarelo enviado ao exterior foi de US$ 8,26. 

Outra surpresa positiva que tem ajudado o incremento das exportações brasileiras de calçados é a Argentina. Tradicional segundo principal destino do calçado verde-amarelo no exterior - atrás apenas dos Estados Unidos - o país vizinho foi o principal importador do produto nacional no recorte de fevereiro. No mês dois, os hermanos importaram 1,24 milhão de pares, pelos quais pagaram US$ 22,2 milhões, altas tanto em volume (+96,5%) quanto em receita (+62,2%) em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado do bimestre, os argentinos importaram 1,87 milhão de pares brasileiros por US$ 32,58 milhões, incrementos de 58% e de 31,6%, respectivamente, ante o mesmo intervalo de 2024. 

Mesmo perdendo o posto de principal destino do calçado brasileiro em fevereiro, no bimestre os Estados Unidos seguem no primeiro posto. Em fevereiro, foram embarcados para lá 792,88 mil pares por US$ 18,16 milhões, queda de 4% em volume e aumento de 4,2% em receita na relação com fevereiro de 2024. No bimestre, as exportações de calçados para os Estados Unidos somaram 1,93 milhão de pares e US$ 37,17 milhões, incremento de 0,6% em volume e queda de 4,5% na receita gerada em relação ao mesmo ínterim de 2024. 

No terceiro posto entre os destinos dos calçados brasileiros no exterior aparece a Espanha, que em fevereiro recebeu 1,54 milhão de pares verde-amarelos, pelos quais foram pagos US$ 3,8 milhões, incrementos de 93,6% e de 41,2%, respectivamente, ante o mesmo período do ano passado. No bimestre, as exportações para o país europeu somaram 3,64 milhões de pares e US$ 8,64 milhões, alta de 24,1% em volume e queda de 2,7% em receita no comparativo com o mesmo período de 2024. 

Estados
O principal exportador de calçados do Brasil segue sendo o Rio Grande do Sul. No bimestre, as fábricas gaúchas embarcaram 5,6 milhões de pares, que geraram US$ 82,15 milhões, quedas de 1% e de 2,7%, respectivamente, ante o mesmo intervalo de 2024. 

Na sequência entre os estados exportadores aparecem o Ceará (8 milhões de pares e US$ 42,57 milhões, incrementos de 20,3% e de 3,6%, respectivamente, ante 2024) e São Paulo (1 milhão de pares e US$ 14,95 milhões, altas de 33,8% e de 17,6%, respectivamente). 

Importações em elevação
As importações de calçados seguem em elevação no ano. Em janeiro e fevereiro, entraram no Brasil 7,9 milhões de pares por US$ 97,43 milhões, incrementos tanto em volume (+14,1%) quanto em receita (+7,4%) em relação ao mesmo período de 2024. As principais origens seguem sendo os países asiáticos. No primeiro posto aparece a China, de onde vieram 2,68 milhões de pares por US$ 9,25 milhões, quedas de 2,8% e de 3,5%, respectivamente, ante o primeiro bimestre de 2024. Na sequência, aparecem o Vietnã (2,5 milhões de pares e US$ 47,9 milhões, incrementos de 24,2% e de 9,2%, respectivamente) e Indonésia (1,48 milhão de pares e US$ 23,5 milhões, altas de 47,25 e de 37%, respectivamente). 

Em partes de calçados - cabedais, saltos, solas, palmilhas etc - as importações do bimestre somaram US$ 9,64 milhões, 21,7% mais do que no mesmo período de 2024. As principais origens foram China, Paraguai e Vietnã.  

 

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