Mesmo com aumento das exportações para os Estados Unidos, embarques totais caem em julho

No acumulado do ano, foram embarcados para o exterior 59,88 milhões de pares, que geraram US$ 574 milhões, incrementos de 6,6% e de 0,7%, respectivamente, no comparativo com o mesmo intervalo de 2024

Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), com base nos números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), apontam que, em julho, as exportações do setor somaram 7,18 milhões e US$ 76,74 milhões, quedas de 7,3% e de 11,8%, respectivamente, ante o mesmo mês de 2024. Nos sete primeiros meses de 2025, as exportações seguem positivas, mas em linha decrescente. No período, foram embarcados para o exterior 59,88 milhões de pares, que geraram US$ 574 milhões, incrementos de 6,6% e de 0,7%, respectivamente, no comparativo com o mesmo intervalo do ano passado. 

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que a desaceleração das exportações se dá, principalmente, pelo acirramento da concorrência internacional, com maior direcionamento de produtos asiáticos, especialmente chineses, dos Estados Unidos para outros mercados, muitos deles cativos para a indústria brasileira. “Os exportadores chineses estão redirecionando seus embarques para fugir da sobretaxa aplicada nos Estados Unidos. Isso vem impactando o nosso desempenho em mercados importantes na Europa e na América Latina”, frisa o dirigente. 

Nos sete primeiros meses do ano, o principal destino do calçado brasileiro no exterior foi os Estados Unidos, para onde foram embarcados 6,9 milhões de pares por US$ 134,9 milhões, incrementos de 15,3% em pares e de 7% em dólares na relação com o mesmo período do ano passado. No recorte de julho, os norte-americanos importaram 1 milhão de pares por US$ 23,12 milhões, crescimentos tanto em volume (+26,2%) quanto em receita (+6,4%) em relação ao mês sete de 2024.

Entre janeiro e julho, a Argentina foi o segundo destino internacional do calçado brasileiro. No período, os hermanos importaram 7,72 milhões de pares por US$ 117,26 milhões, incrementos de 32,3% e de 4,6%, respectivamente, ante o mesmo intervalo de 2024. No recorte de julho, os argentinos importaram 1,3 milhão de pares por US$ 13,34 milhões, incremento de 6,9% em volume e queda de 32,8% em valores na relação com igual ínterim do ano passado. 

O terceiro destino do calçado brasileiro no exterior, nos sete primeiros meses de 2025, foi o Paraguai, que no período importou 5 milhões de pares por US$ 23,4 mihões, incremento de 4,3% em volume e queda de 5,3% em receita no comparativo com o mesmo intervalo do ano passado. Em julho, os paraguaios compraram 102 mil pares verde-amarelos por US$ 2,2 milhões, quedas de 23,2% e de 23%, respectivamente, ante o período correspondente do ano passado. 

Estados
No mês de julho, todos os três principais exportadores de calçados do Brasil registraram números negativos. No mês passado, as fábricas gaúchas embarcaram 2,6 milhões de pares por US$ 40,47 milhões, quedas tanto em volume (-1,4%) quanto em receita (-7,5%) em relação ao mês sete de 2024. No acumulado do ano, o Rio Grande do Sul somou a exportação de 18,57 milhões de pares por US$ 273,2 milhões, incremento de 3,6% em volume e queda de 2% em dólares na relação com o mesmo ínterim de 2024. 

O Ceará, segundo maior exportador brasileiro de calçados, embarcou, em julho, 2 milhões de pares por US$ 13,4 milhões, quedas tanto em volume (-9,4%) quanto em receita (-14,2%) em relação ao mesmo mês do ano passado. Já no acumulado dos sete meses, o estado nordestino somou a exportação de 19,5 milhões de pares por US$ 117,68 milhões, incremento de 11,2% em volume e queda de 1,1% em receita no comparativo com o mesmo intervalo do ano passado. 

O terceiro exportador brasileiro do setor foi São Paulo, que em julho exportou 469,74 mil pares por US$ 6,83 milhões, incremento de 17,7% em volume e queda de 8,8% em receita no comparativo com o mesmo mês do ano passado. No acumulado dos sete meses do ano, as exportações das fábricas paulistas somaram 4,12 milhões de pares por US$ 59,8 milhões, incrementos tanto em volume (+23,5%) quanto em receita (+16,2%) em relação ao mesmo intervalo de 2024.