Exportações de calçados dão sinais de arrefecimento de queda

Dados elaborados pela Abicalçados apontam para uma recuperação gradual dos embarques

Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que as exportações de calçados alcançaram 7,8 milhões de pares e US$ 81,3 milhões em setembro, quedas de 7% em volume e de 3,3% em receita no comparativo com o mesmo mês de 2023. Trata-se da menor queda registrada desde o início do ano, o que aponta para um arrefecimento das taxas negativas. No acumulado dos nove meses do ano, as exportações somaram 71,64 milhões de pares e US$ 736,1 milhões, quedas tanto em volume (-21%) quanto em receita (-18,8%) em relação ao mesmo ínterim de 2023. 

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que o movimento já era esperado pela entidade, diante da baixa base de comparação e da gradual recuperação das importações estadunidenses, que cresceram 4,2% nos sete primeiros meses do ano. O destaque do mês de setembro, segundo Ferreira, foram as recuperações dos embarques para a Argentina e para os Estados Unidos, os principais destinos do produto brasileiro no exterior. “Com o arrefecimento da queda nos últimos meses, devemos fechar o ano com um revés entre 14% e 19%”, projeta Ferreira. 

Hermanos
Em setembro, a Argentina ultrapassou os Estados Unidos e foi o principal destino do calçado brasileiro no exterior. No mês nove, as exportações para os hermanos somaram 2,18 milhões de pares e US$ 25,62 milhões, altas tanto em volume (+112,5%) quanto em receita (+48%) em relação ao mesmo mês de 2023. No acumulado dos nove meses, a Argentina soma a importação de 9 milhões de pares e US$ 154,3 milhões, quedas de 23,8% e 16,7%, respectivamente, ante o mesmo intervalo do ano passado. 

EUA
No mês nove, as exportações brasileiras para os Estados Unidos somaram 740,47 mil pares e US$ 17,22 milhões, altas tanto em volume (+31,1%) quanto em receita (+32%) em relação a setembro de 2023. No acumulado dos nove meses, as exportações para os Estados Unidos somaram 7,7 milhões de pares e US$ 165 milhões, quedas de 2,7% e 5,2%, respectivamente, no comparativo com o mesmo período do ano passado. 

O Paraguai foi o terceiro destino das exportações brasileiras de calçados. No mês de setembro, foram embarcados ao país vizinho 520,4 mil pares por US$ 4 milhões, quedas de 42% e 24,5%, respectivamente, ante setembro de 2023. No acumulado do ano, as exportações para o Paraguai somaram 6 milhões de pares e US$ 32,3 milhões, quedas tanto em volume (-21,8%) quanto em receita (-14,5%) em relação ao mesmo intervalo do ano passado. 

RS: maior exportador em recuperação
O principal estado exportador de calçados do Brasil segue sendo o Rio Grande do Sul, que em setembro embarcou 2,9 milhões de pares por US$ 42,43 milhões, incrementos tanto em volume (+9,5%) quanto em receita (+7,4%) em relação ao mesmo mês de 2023. No acumulado do ano, as fábricas gaúchas somam o embarque de 24,14 milhões de pares por US$ 370,57 milhões, quedas de 11,5% e 11,4%, respectivamente, ante o mesmo período do ano passado. 

Registrando forte queda nas exportações em setembro, o Ceará segue sendo o segundo exportador de calçados do Brasil. No mês nove, partiram das fábricas cearenses 1,87 milhão de pares por US$ 10,9 milhões, quedas de 18,3% e 31,6%, respectivamente, ante o mesmo mês do ano passado. No acumulado dos nove meses, as exportações do Ceará somaram 21,55 milhões de pares e US$ 145,33 milhões, quedas tanto em volume (-20,8%) quanto em receita (-27,7%) em relação ao mesmo intervalo do ano passado. 

No terceiro posto entre os exportadores brasileiros de calçados apareceu São Paulo, que em setembro embarcou 579 mil pares por US$ 8,83 milhões, queda de 4% em volume e incremento de 9,8% em receita no comparativo com o mês nove de 2023. No acumulado do ano, as exportações paulistas somaram 4,3 milhões de pares e US$ 66,32 milhões, quedas tanto em volume (-27,2%) quanto em receita (-22%) em relação ao mesmo intervalo do ano passado. 

Importações aumentaram 79% em setembro
As importações de calçados de setembro registraram a maior alta em 2024. No mês, entraram no Brasil 3,22 milhões de pares por US$ 50,8 milhões, incrementos tanto em volume (+79%) quanto em receita (+61,6%) em relação a setembro de 2023. No acumulado dos nove meses do ano, as importações somaram 27 milhões de pares e US$ 351,25 milhões, incrementos de 17,3% e 1%, respectivamente, ante o mesmo ínterim do ano passado. 

As principais origens das importações seguem sendo os países asiáticos, com destaque para o Vietnã e Indonésia. Em setembro, as importações do Vietnã somaram 1,25 milhão de pares e US$ 24,54 milhões, incrementos tanto em volume (+70,3%) quanto em receita (+54%) em relação ao mesmo mês de 2023. No acumulado de 2024, as importações do Vietnã chegaram a 8,94 milhões de pares e US$ 166,45 milhões, incremento de 17% em volume e queda de 2,4% em receita no comparativo com o período correspondente do ano passado. 

As importações de calçados da Indonésia, em setembro, somaram 1 milhão de pares e US$ 15,6 milhões, com significativos incrementos de 285% e 160%, respectivamente, ante o mesmo mês de 2023. Já no acumulado do ano, as importações da Indonésia somaram 4,7 milhões de pares e US$ 77 milhões, incrementos tanto em volume (+44%) quanto em receita (+17,5%) em relação ao mesmo período de 2023.

Fechando o ranking das origens do calçado importado pelo Brasil aparece a China, que em setembro embarcou para o Brasil 187,55 mil pares por US$ 2,84 milhões, quedas de 40% e 5,7%, respectivamente, ante o mesmo mês de 2023. No acumulado dos nove meses, entraram no Brasil 7,94 milhões de pares chineses, pelos quais foram pagos US$ 30,17 milhões, quedas de 6% e 23%, respectivamente, no comparativo com o mesmo intervalo do ano passado.

Em partes - cabedais, saltos, solados, palmilhas etc -, as importações de janeiro a setembro somaram US$ 26,7 milhões, 27,7% mais do que no mesmo período do ano passado. As principais origens foram China, Paraguai e Estados Unidos.

 

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