No recorte de março, foram embarcados 10,5 milhões de pares por US$ 95,66 milhões, incrementos tanto em volume (+13,3%) quanto em receita (+14,3%)
Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, no primeiro trimestre, as exportações de calçados somaram 31,55 milhões de pares e US$ 269,8 milhões, altas de 14,1% e de 6,5%, respectivamente, ante o mesmo período de 2024. No recorte de março, foram embarcados 10,5 milhões de pares por US$ 95,66 milhões, incrementos tanto em volume (+13,3%) quanto em receita (+14,3%) em relação ao terceiro mês do ano passado.
O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, explica que, mesmo diante das incertezas econômicas de uma guerra comercial generalizada iniciada por Trump nos Estados Unidos, as exportações registraram recuperação no primeiro trimestre do ano. Segundo ele, o crescimento das exportações de calçados tem sido puxado, principalmente, pelos embarques aos Estados Unidos e Argentina. Por outro lado, para os próximos meses, o cenário instável deve arrefecer o ritmo desse crescimento”, devido à tendência de desaquecimento do consumo de calçados nos Estados Unidos e as dificuldades com as reservas internacionais na Argentina. “As sobretaxas tarifárias às importações, anunciadas pelo presidente Trump, devem ter reflexo inflacionário nos Estados Unidos e, consequentemente, impactar negativamente no consumo interno do mercado. Já na Argentina, o nível de reservas internacionais, que ainda estão cerca de 60% abaixo do patamar de 2019, pode ser um limitador ao crescimento das importações do país”, prevê o dirigente.
Destinos
Tendo ultrapassado os Estados Unidos como o principal destino do calçado brasileiro no exterior, a Argentina importou, em março, 1,7 milhão de pares de calçados verde-amarelos, pelos quais foram pagos US$ 28,3 milhões, altas tanto em volume (+111%) quanto em receita (+71,1%) em relação ao mês três de 2024. No acumulado do trimestre, os hermanos importaram 3,58 milhões de pares brasileiros por US$ 60,88 milhões, altas de 79,5% e de 47,4%, respectivamente, ante o mesmo ínterim de 2024.
Já os Estados Unidos importaram, em março, 1 milhão de pares verde-amarelos, pelos quais foram pagos US$ 17,54 milhões, altas tanto em volume (+34,8%) quanto em receita (+12%) em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado dos três meses, os norte-americanos importaram 2,93 milhões de pares brasileiros por US$ 54,7 milhões, incrementos de 10,2% e de 0,3%, respectivamente no comparativo com o mesmo intervalo de 2024.
No terceiro posto dos calçados exportados pelo Brasil, em março, apareceu a França, para onde foram enviados 329,45 mil pares por US$ 3,45 milhões, incrementos tanto em volume (+120,9%) quanto em receita (+20,4%) em relação ao mesmo mês de 2024. No acumulado do ano, os franceses somaram a importação de 849,8 mil pares brasileiros por US$ 10 milhões, altas de 8,1% e de 9,1%, respectivamente, ante o mesmo período do ano passado.
Estados
O Rio Grande do Sul segue sendo o principal exportador de calçados do Brasil. No primeiro trimestre, foram embarcados para o exterior, nas fábricas gaúchas, 8,58 milhões de pares, que geraram US$ 125,9 milhões, altas de 5,3% e de 2,7%, respectivamente, ante o mesmo período do ano passado.
A segunda origem das exportações de calçados brasileiros, no trimestre, foi o Ceará, que embarcou 12,1 milhões de pares por US$ 62,72 milhões, incrementos de 21,9% e de 2,9%, respectivamente, no comparativo com o mesmo período de 2024.
Fechando o ranking de estados exportadores de calçados apareceu São Paulo. No trimestre, as fábricas paulistas embarcaram 1,76 milhão de pares, que geraram US$ 25,35 milhões, altas de 47% e de 28,6%, em relação ao mesmo ínterim do ano passado.
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