Derrubada de veto a projeto da desoneração da folha anima calçadistas

Veto foi derrubado em sessão conjunta no Congresso Nacional por 378 a 78

 

A derrubada do veto presidencial ao projeto que estende a desoneração da folha de pagamentos até 2027, ocorrida no Congresso Nacional na tarde do dia 14, animou a indústria calçadista nacional. Para a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), que esteve presente desde o princípio das negociações com o Governo e com parlamentares, a continuidade da política que permite a 17 setores intensivos em mão de obra - entre eles o calçadista - substituírem o pagamento de 20% sobre a folha de salários por 1% a 4,5% da receita bruta da empresa é um “alento em um momento ainda complicado para o setor”. 

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, estima que, somente no setor calçadista, caso a desoneração não fosse mantida, seriam perdidos mais de 20 mil postos logo no primeiro ano de reoneração. “Com uma carga extra de mais de R$ 720 milhões por ano, as indústrias de calçados precisariam recalcular suas rotas, investimentos e contratações. Com uma possível reoneração, teríamos uma queda de produção de mais de 150 milhões de pares e a perda de milhares de empregos logo no primeiro ano”, comenta o executivo, tudo isso após uma queda de cerca de 1% na produção ao longo de 2023. 

Surpreso
Ferreira ressalta que, no final de novembro, a entidade foi pega de surpresa com o veto presidencial ao projeto que prorroga a desoneração da folha de pagamentos. “Mesmo após intensa mobilização, não somente de entidades patronais, mas também laborais, o Governo não teve sensibilidade social para preservar empregos. Agradecemos, mais uma vez, o Congresso Nacional, que depois de aprovar a continuidade da política agora derrubou o veto presidencial a esse projeto tão importante para a competitividade da indústria e para a geração de empregos no País”, avalia. 

Setor
Com mais de 4 mil empresas, que empregam cerca de 300 mil pessoas diretamente no País, o setor calçadista é intensivo em mão de obra, estando presente, com força econômica, em mais de 10 estados brasileiros. Somando toda a cadeia produtiva, dos fornecedores até o varejo, a atividade emprega, direta e indiretamente, mais de 1 milhão de pessoas.

 

FOTO: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados